27 de fevereiro de 2005

Maré de presos

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Ontei assisti ao programa Altas Horas, da TV Globo, e fiquei impressionado com a primeira entrevista. Há quase oito anos atrás, o senhor Massataka Ota teve seu filho sequestrado e morto cruelmente, antes mesmo do primeiro contato dos assassinos. Esse senhor conseguiu perdoar os criminosos, depois de passar por um majestoso processo de iluminação, na minha opinião. Hoje, o senhor Ota defende um maior rigor das leis brasileiras, no intuito de impedir a banalização do crime.

É de conhecimento de todos que o sistema penal brasileiro é fracassado: existe um enorme número de presos, superlotação de cadeias em estado precário de funcionamento, rebeliões/massacres constantes e uma justiça realmente cega e deficiente. Eu não sei se esse rigor defendido pelo senhor Ota seria uma grande solução... Acho, sim, que falta (ou, se existe, é muito brando) um processo de readequação dos presos à sociedade. Imagine, por exemplo, se esse mundo de gente começasse a produzir alguma coisa? Frutas, legumes, roupas, artigos reciclados, artesanato, etc. E que esses produtos seriam vendidos em prol de entidades carentes e comunidades necessitadas? Percebeu onde quero chegar com essa linha de raciocínio?

Muitas dessas pessoas hoje estão ociosas, maquinando um jeito de enfrentar a justiça e se livrar da situação na qual se encontram. Se elas estivessem ocupadas com trabalho, não sobraria tempo para organizar rebeliões. E o governo conseguiria gerar profissionais, pessoas necessárias à sociedade. Pode ser que eu esteja enganado... Só sei que se nada for mudado nesse sistema atrasado, toda a sociedade continuará sofrendo.

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