Você luta pelo quê?

Ou "Primeiros dias de uma crise existencial"... Que pode passar de uma hora pra outra ou se instalar por algum tempo até que ocorra algo que me chacoalhe dessa melancolia. Mas, enfim: vou escrever o que sinto agora.

Muitos dizem que a juventude de hoje continua alienada. Não temos objetivos, curtimos ociosidade, não nos empenhamos por nada. Tá certo que o século XX foi marcado mudanças significantes e que isso refletiu um sentimento de conquista. Mas antes da Revolução Industrial (nossa, até onde estou indo? (O_o)), poucas eram as conquistas de pequenos grupos ou indivíduos isolados e ousados. Quando a máquina da indústria começou a funcionar e o sistema gorvernamental moderno apareceu, oferecendo escola, saúde básica e garantias de bem estar (de algum modo), as pessoas obtiveram conhecimento e poder de reflexão. Até teriam antes dessa época mas eles eram literalmente exterminados e serviam de exemplo aos outros.

Esta juventude conheceu o mundo já meio pronto e confortável. Já não mais tão preciso lutar por outro ideal que não seja o seu próprio. E, no meio de inúmeras possibilidades, talvez não consiga se decidir por uma meta, mesmo desconhecendo o amanhã, que pode virar tudo que está pronto de cabeça pra baixo. Volto a minha crise.

Nesses últimos dias, não consegui tirar essa idéia fixa da minha cabeça: ok, eu não tenho curso superior (o chamado "canudo") mas tenho conhecimento adquirido e um emprego (quase) estável. Até onde posso ir? O que mais posso almejar? E não consigo ter respostas... Talvez isso ocorra com todo mundo. Ninguém consegue avaliar com precisão sua própria capacidade.

Meus pais me responderam que isso é normal. Certamente todo pai e mãe se perguntam algum dia se sua família possui todo o carinho que um dia sonhou em ofertar quando tivesse uma. Eles tem razão: é preciso cultivar algo na vida. Por mais tolo e pequeno que seja, um dia ele vai crescer e frutificar. Mal posso esperar pra vê-la grandiosa e imponente. O "galho" é que demora tanto e impaciente estou... (-_-)7