12 de novembro de 2007

Orientação vocacional

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Antes de trabalhar com design, eu estudei dois anos na faculdade de Arquitetura e Urbanismo. E fiz cursinho para “fortalecer” meus conhecimentos. Eu cursei o 2º. grau técnico e não tive uma formação completa de um curso de 2º. grau tradicional. Tive que parar a faculdade pois não conseguia pagar as mensalidades da faculdade paga. Nem tinha tentado enfrentar a Fuvest para estudar em alguma faculdade pública.

E, entre dúvidas e ansiedades, muitos jovens optam por receber uma orientação vocacional, geralmente oferecida no último ano do colegial e nos cursinhos pré-vestibulares. Eu tive uma dessas orientações também mas, na época, tudo foi decidido através de testes óbvios e inúteis. Hoje em dia, profissionais são convidados a palestrar e apresentar um breve retrato de suas vidas profissionais. Isso é muito melhor do que qualquer avaliação psicológica babaca de antes.

E decidir tão cedo o que “vai se fazer pro resto da vida” é muito trágico e exige demais do jovem que, em muitos casos, não está preparado para fazer essa decisão tão séria. Eu mesmo não tinha certeza de era aquilo que eu queria. Só tinha certeza de que não queria trabalhar em alguma área de Exatas e Biológicas. E acabei optando por Arquitetura por considerá-la completa e cheia de campos de atuação diferentes.

Ontem, eu não escrevi nenhum artigo e é agora que eu junto tudo e peço desculpas. Já são dois artigos perdidos que não poderei recuperar. E o motivo é que eu fui ser palestrante pra um só estudante. O filho do porteiro do prédio onde estou morando veio conversar comigo sobre o minha experiência profissional. Ele é ilustrador e, como sabe que ninguém infelizmente consegue viver ilustrando no Brasil, decidiu que quer cursar Publicidade e Propaganda pois gostaria de usar sua percepção artística e criativa. E a gente conversou sobre duas horas sobre tudo: as minhas vivências, as ansiedades dele, atribuições e regras da profissão, motivos, prazeres e realidade.

Acho que consegui esclarecer algumas dúvidas do rapaz e acabar com alguns de seus sonhos e fantasias sobre a profissão. Mas, por outro lado, me identifiquei muito com tudo o que ele disse e perguntava, seus projetos e seus motivos. Eu vivi um momento parecido com o dele. Ele está querendo mais independência dos seus pais e tem um senso de responsabilidade, sempre almejando ajudá-los também, através do trabalho.

Quando fiz vestibular, meus pais não estavam em uma fase financeira confortável. Sabia que precisava trabalhar para ajudar em casa e prosseguir meus estudos. Mas não consegui nem uma coisa e nem outra. Tive que largar os estudos e só comecei a trabalhar depois de dois anos procurando uma ocupação. Foi muito ruim me sentir um tanto inútil, sem nada pra fazer. Mas foi nesta época que comecei a me interessar por design e internet, coisas indispensáveis no meu trabalho hoje. Espero que ele tenha mais sorte do que eu neste sentido. Que não veja seus projetos pararem por qualquer motivo.

E eu gostei dessa experiência no final. Já fui convidado a palestrar uma vez mas achava que não iria conseguir. Consegui sim, acho que me saí bem e, quem sabe um dia, gostaria de fazer de novo. Com um pouco mais de segurança e experiência, é claro! (^_^)

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